Personal Reflections on Artistic Residencies in Communities: Beyond the Canvas
My illustration work, though fulfilling, began to feel increasingly limited to the editorial and commercial world. In 2019, I started longing for something deeper.
Was it enough to simply create for the page or the screen? I wanted a connection that went beyond those boundaries. That’s when I decided to pitch artistic residencies to local councils and organizations, reaching out to communities that were geographically and culturally distant. And with a shared vision for meaningful collaboration, they said yes.



First Steps into Community-Driven Art
Before these larger projects, I dipped my toes into the transformative power of community art with the ANFRUA community in Bairro Padre Cruz and at Linhó prison. These were small-scale but deeply impactful experiences that marked the beginning of this new journey. Can art truly break down walls and forge connections in unexpected places? Absolutely. These initial encounters were the seeds of a profound shift.
ANFRUA, Bairro Padre Cruz, Lisboa
In the heart of the Padre Cruz neighborhood, the largest social housing area in the Iberian Peninsula, I collaborated with ANFRUA (Associação Nacional de Futebol de Rua), an organization using street football for social innovation. We facilitated a collage workshop, transforming photographic portraits of local youth into a powerful wheat-paste mural. This creative process, rooted in inclusion and human development through cultural interventions, allowed the community to visually express their identity and shared stories.
Linhó Prison, Cascais (2022)
At Linhó Prison, I conducted a series of collage workshops that served as a profound tool for interaction and self-expression among incarcerated individuals. These short, intensive experiences demonstrably boosted self-esteem and fostered communication, facilitated by a team of psychologists. The workshops provided a unique opportunity for individuals to connect and create in a challenging environment. Can art truly break down walls and forge connections in unexpected places? Absolutely. These initial encounters were the seeds of a profound shift.
Can art truly break down walls and forge connections in unexpected places? Absolutely. These initial encounters were the seeds of a profound shift.
Stepping away from the solitary confines of my creative process and into the vibrant, messy reality of collaborative art made my work undeniably real and accessible. It forced me to confront the human element, to rethink not just how I create, but why. The result? A deeper, more meaningful engagement with “people,” not just as subjects, but as co-creators and healers of my own creative process. They also help me navigate this experience in a better way.

Purpose-Driven Work: More Than Just Art
I realized that this artistic approach, created in collaboration with people, has enormous potential — not only in the cultural sphere but also for brands and institutions that want to genuinely connect with communities. Art can be a real and transformative meeting point.
Recent Residencies and Projects
In my recent art residency in Penina, Benafim, Loulé, from March to June 2024, I engaged with the local community, capturing photographic and video content, exploring the village’s traditions, stories, and evolving realities. The residency culminated in a street exhibition during the summer festivities, part of the cultural programs of the Loulé Municipal Galleries and the Algarvensis Geopark. Can capturing a village’s soul through art bring its hidden stories to life?


From April to September 2024, I was welcomed into the Bétulas Urbanization in Famalicão for an artistic residency with the Gypsy community, as part of a project developed by the Municipality of Vila Nova de Famalicão. This project involved curiosity, dialogue, writing workshops, and photography sessions, resulting in an artistic notebook created in collaboration with the community and posters promoting the positive aspects of their sociocultural context. How can art be a bridge for understanding and celebrating diverse cultures within our society?
In May 2022, I embraced an art residency in the remote village of Bravo, Sertã, to document the daily lives of its people, particularly women who work in agriculture and care for their families. Joining them in their routines, I created an exhibition titled MUTE, reflecting the village’s spirit and the isolation found in many rural areas of Portugal. Can art truly give voice to the silenced realities of rural communities, highlighting the resilience of their people?

Creating Meaningful Change Through Art
I realized that this collaborative artistic approach, born from shared experiences and mutual respect, holds immense, untapped potential.
Consider this: Art can be a transformative meeting point, a catalyst for social change. It’s a powerful tool for brands and institutions looking for genuine connection, helping them move beyond superficial engagement to forge meaningful partnerships. It’s not just about creating beautiful images; it’s about fostering dialogue, building bridges, and empowering communities.
© Margarida Girão






Reflexões Pessoais sobre as Residências Artísticas em Comunidades
O meu trabalho de ilustração sempre esteve centrado no mundo editorial e comercial. No entanto, em 2019, comecei a sentir a futilidade de estar apenas nesse espaço.
Foi então que propus residências artísticas a câmaras e entidades locais para trabalhar com comunidades geograficamente e culturalmente distantes — e elas aconteceram.
Primeiros Passos em Projetos Criativos com Comunidades
Dei os primeiros passos junto da ANFRUA (Associação Nacional de Futebol de Rua) no Bairro Padre Cruz e no Estabelecimento Prisional do Linhó. Estas foram experiências de pequena escala, mas profundamente impactantes, que marcaram o início deste novo caminho. A arte pode realmente derrubar muros e criar ligações em lugares inesperados? Absolutamente. Esses primeiros encontros foram as sementes de uma mudança profunda.
ANFRUA, Bairro Padre Cruz, Lisboa
No coração do Bairro Padre Cruz, a maior zona de habitação social da Península Ibérica, colaborei com a ANFRUA, uma organização que usa o futebol de rua para a inovação social. Este projeto consistiu na criação de um mural “lambe-lambe” utilizando colagens feitas durante um workshop de colagem. As colagens foram baseadas em retratos de uma sessão fotográfica anterior, com fotografias de jovens locais.
Prisão de Linhó, Cascais (2022)
Na Prisão de Linhó, realizei uma série de workshops de colagem que serviram como uma ferramenta profunda para interação e autoexpressão entre os indivíduos encarcerados. Estas experiências curtas e intensivas aumentaram de forma significativa a autoestima e promoveram a comunicação, com a facilitação de uma equipa de psicólogos. Os workshops proporcionaram uma oportunidade única para os indivíduos se conectarem e criarem num ambiente desafiador.
A arte pode realmente derrubar muros e criar ligações em lugares inesperados? Absolutamente. Esses primeiros encontros foram as sementes de uma mudança profunda.
Sair dos limites do meu processo criativo e mergulhar na realidade vibrante e caótica da arte colaborativa fez com que o meu trabalho se tornasse indiscutivelmente mais real e acessível. Forçou-me a confrontar o elemento humano, a repensar não apenas como crio, mas porquê. O resultado? Um envolvimento mais profundo e significativo com as “pessoas”, não apenas como sujeitos, mas como co-criadores e curadores do meu próprio processo criativo – eles também ajudam-me a navegar melhor nesta experiência.
Trabalho com Propósito
Percebi que esta abordagem artística, criada em colaboração com as pessoas, possui um enorme potencial — não apenas na esfera cultural, mas também para marcas e instituições que desejam uma ligação genuína com as comunidades. A arte pode ser um verdadeiro ponto de encontro transformador.
Residências e Projetos Recentes
Na minha recente residência artística em Penina, Benafim, Loulé, de março a junho de 2024, envolvi-me com a comunidade local, captando conteúdo fotográfico e em vídeo, explorando as tradições, histórias e realidades em evolução da aldeia. A residência culminou numa exposição de rua durante as festividades de verão, fazendo parte dos programas culturais das Galerias Municipais de Loulé e do Geoparque Algarvensis. Será que capturar a alma de uma aldeia através da arte pode dar vida às suas histórias ocultas?
De abril a setembro de 2024, fui acolhido na Urbanização das Bétulas, em Famalicão, para uma residência artística com a comunidade cigana, no âmbito de um projeto desenvolvido pela Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão. Este projeto envolveu curiosidade, diálogo, workshops de escrita e sessões fotográficas, resultando num caderno artístico criado em colaboração com a comunidade e cartazes a promover os aspetos positivos do seu contexto sociocultural. Como pode a arte ser uma ponte para o entendimento e celebração das culturas diversas na nossa sociedade?
Em maio de 2022, abracei uma residência artística na remota aldeia de Bravo, Sertã, para documentar o quotidiano das suas gentes, em particular as mulheres que trabalham na agricultura e cuidam das suas famílias. Juntando-me a elas nas suas rotinas, criei uma exposição intitulada MUTE, refletindo o espírito da aldeia e o isolamento encontrado em muitas zonas rurais de Portugal. Será que a arte pode realmente dar voz às realidades silenciadas das comunidades rurais, destacando a resiliência das suas gentes?
Criar uma Mudança Significativa Através da Arte
Percebi que esta abordagem artística colaborativa, nascida de experiências partilhadas e respeito mútuo, possui um enorme potencial inexplorado.
A considerar: A arte pode ser um ponto de encontro transformador, um catalisador para a mudança social. É uma ferramenta poderosa para marcas e instituições que buscam uma ligação genuína, ajudando-as a ir além do envolvimento superficial e a criar parcerias significativas. Não se trata apenas de criar imagens bonitas; trata-se de fomentar o diálogo, construir pontes e capacitar as comunidades.