Reflections: Complex Collages, Layers Through Simplicity
After more than 20 years, counting only the years since I began illustrating commissioned collages, I’ve come to understand a fundamental truth: the most captivating complexity arises from the most intentional simplicity. Creating a collage is a delicate balance between found materials and artistic vision — a constant exploration of how humble scraps can be transformed into rich, layered narratives.
In this article, I reflect on the lessons learned, the techniques refined, and the insights gained from decades of crafting collages.


I appreciate collages that are not just a pile of cut paper. The ones where each element is thoughtfully chosen, placed with intention, and results in visual harmony. Harmony, for me, is the key word, both personally and professionally. I enjoy collages that have a clear purpose behind each piece, where every layer contributes to a cohesive, meaningful composition.
Collage has always been my sophisticated tool for expressing complex ideas — a language built on layers. Even as a child, I remember feeling this while creating collages, using scraps to tell stories that felt rich and meaningful.
The Foundation: The Wisdom of Thoughtful Selection
“Less is more” has never been just a cliché for me — it’s a guiding principle. A few carefully chosen pieces, thoughtfully placed, will always contribute more to the final composition than an overwhelming jumble of materials. ( Magic! )
Over the years, I’ve learned that true power lies in mindful selection. Resisting the urge to hoard and instead curating a collection that speaks to a central theme or emotion makes all the difference.
Layering with Purpose: Creating Depth Through Simplicity
Collage thrives on layering, but each layer must serve a purpose within the composition.I have spent years refining the art of building depth — starting with a strong foundation and gradually adding elements while carefully considering their placement and interaction. Overlapping elements introduces subtle nuances, adding richness without overwhelming the eye.


Empty Space: The Silent Partner in Complexity
What is the role of empty space in creating balance and harmony in visual compositions? Negative space is just as powerful as the layers we add. Leaving parts of the base exposed creates breathing room and allows the layered elements to shine. This is one of the most valuable lessons I’ve learned — and today, I realize that nearly all of my collages make use of this concept.
I apply compositional principles like the rule of thirds or the golden ratio to guide element placement, ensuring balance and visual harmony. Over the years, I’ve come to understand that negative space is not emptiness — it’s an essential force that amplifies complexity.


Final Reflections
Elegance and visual harmony are crucial in all forms of art, and in collage, this is especially evident. Knowing when to stop, when to feel, and when to assess the composition with a critical eye is essential. Even after all these years, I still experience a mix of anxiety and excitement when starting a new collage.
The challenge remains the same: how to transform seemingly simple scraps into a layered, compelling composition. Each new piece is an exercise in patience, intuition, and restraint — a process that continues to teach me, even after two decades.
Some questions never have definitive answers. Perhaps that’s the beauty of collage. And of Life?
© Margarida Girão
Reflexões – Como Criar Arte Visualmente Complexa com Simplicidade
Após mais de 20 anos a ilustrar colagens para projetos profissionais, tenho a certeza de que a complexidade mais cativante nasce da simplicidade mais intencional. Criar uma colagem é um equilíbrio delicado entre materiais encontrados e visão artística — uma exploração constante de como fragmentos humildes podem ser transformados em narrativas ricas e com camadas.
Gosto das colagens que não são apenas um amontoado de papel cortado. Aquelas em que cada elemento é escolhido com atenção, colocado com intenção, e que resultam numa harmonia visual. Harmonia, para mim, é a palavra-chave, tanto no plano pessoal como no profissional.
A colagem foi sempre a minha ferramenta sofisticada para expressar ideias complexas — uma linguagem construída em camadas. Mesmo em criança, lembro-me de sentir isso ao fazer colagens, usando restos de papel para contar histórias que, para mim, já eram densas e cheias de significado.
A Base: Selecção Cuidadosa
“Menos é mais” nunca foi apenas um cliché para mim — é um princípio orientador. Algumas peças bem escolhidas, colocadas com intenção, contribuem sempre mais para a composição final do que uma acumulação caótica de materiais.
O verdadeiro poder está na selecção consciente. Resistir ao impulso de acumular e, em vez disso, construir uma colecção que fale de um tema ou sentimento central faz toda a diferença.
Camadas com Propósito: Criar Profundidade Através da Simplicidade
A colagem vive de camadas, certo? – certo!, mas cada camada deve servir um propósito dentro da composição. Passei anos a refinar a arte de construir profundidade – começando com uma base sólida e acrescentando elementos gradualmente, considerando com atenção a sua colocação e interacção. Sobrepor elementos introduz nuances subtis, acrescentando riqueza sem saturar o olhar.
Espaços Vazios: O Parceiro Silencioso da Complexidade
Qual é o papel do espaço vazio na criação de equilíbrio e harmonia nas composições visuais? O espaço vazio é tão poderoso quanto as camadas que acrescentamos. Deixar partes da base expostas cria espaço para respirar e permite que os elementos sobrepostos brilhem. Esta é uma das lições mais valiosas que aprendi — e hoje percebo que quase todas as minhas colagens utilizam este princípio.
Recorro a princípios de composição como a regra dos terços ou a proporção áurea para orientar a colocação dos elementos, garantindo equilíbrio e harmonia visual. Com os anos, compreendi que o espaço negativo não é vazio — é uma força essencial que amplifica a complexidade.
Reflexões Finais
A elegância e a harmonia visual são cruciais em todas as formas de arte, e na colagem isso é especialmente evidente. Saber quando parar, quando sentir, e quando observar a composição com um olhar crítico é essencial. Mesmo depois de todos estes anos, continuo a sentir uma mistura de ansiedade e entusiasmo sempre que começo uma nova colagem.
O desafio mantém-se: como transformar fragmentos aparentemente simples numa composição rica e envolvente? Cada nova peça é um exercício de paciência, intuição e contenção — um processo que continua a ensinar-me, mesmo depois de duas décadas.
Algumas perguntas talvez nunca tenham resposta definitiva. Talvez seja essa a beleza da colagem. E da Vida?